Nepotismo em Itapetinga: Ministério Público recomenda exoneração de 28 servidores

Nepotismo em Itapetinga: Ministério Público recomenda exoneração de 28 servidores
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O Ministério Público da Bahia (MPBA) colocou a Prefeitura de Itapetinga no centro de mais uma polêmica. O promotor de Justiça Gean Carlos Leão recomendou ao prefeito Eduardo Jorge Hagge, na última segunda-feira (4), a exoneração de 28 servidores contratados de forma considerada irregular. O motivo: nepotismo. A prática, que afronta diretamente a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), aponta que familiares próximos de autoridades não podem ocupar cargos de confiança ou gratificados dentro da administração pública.

O prazo dado pelo Ministério Público é curto: apenas dez dias para que as exonerações sejam cumpridas. A recomendação vai além da lista inicial de 28 nomes e pede que todas as demais pessoas que se encontrem nessa condição também sejam desligadas, incluindo contratados temporários que estejam em situação semelhante. Na prática, a medida pode abrir uma verdadeira “caixa de Pandora” dentro da gestão municipal.

Segundo o promotor, muitas das contratações foram destinadas a cargos que sequer existem na estrutura administrativa da Prefeitura. Além disso, apesar de afirmar que teria havido processos seletivos simplificados para as admissões, o Município não enviou ao MPBA qualquer documentação que comprove a legalidade dos contratos. Essa ausência de transparência reforça a tese de que a prática de nepotismo não foi apenas pontual, mas parte de uma lógica administrativa questionável.

O caso coloca em xeque a gestão de Eduardo Hagge, que agora enfrenta pressão não apenas para corrigir as irregularidades, mas também para dar explicações à sociedade. Em tempos em que a confiança na política é constantemente abalada, episódios como este alimentam ainda mais a sensação de que o poder público insiste em privilegiar interesses familiares em detrimento do interesse coletivo. A pergunta que fica é: o prefeito terá disposição de romper com esse modelo ou seguirá alimentando uma prática que o Supremo já deixou claro ser inconstitucional?